Se você é professor de música e quer trabalhar com ukulele em suas aulas, confira neste artigo 12 dicas que vão te ajudar a fazer um bom uso dessa importante ferramenta em sala de aula.

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Agora, vamos para os conselhos que eu tenho para você, professor de música.


1 – Conheça bem o potencial do ukulele

É importante que você pesquise, experimente, leia e escute diversos tipos de materiais sobre o instrumento para ter melhor noção do cardápio disponível. Só assim você poderá realmente decidir como quer usar o ukulele em suas aulas.

É muito comum que alguns professores descubram o instrumento e determinem em pouquíssimo tempo o que dá ou não pra fazer com ele, sem observar o que outros músicos e professores têm feito com o ukulele há décadas (o ukulele já é um instrumento centenário).

Então, procure conhecer e compreender o alcance da sua ferramenta antes de escolher como trabalhar com ela.


2 – Desenvolva as técnicas necessárias às atividades que você quer desenvolver

Isso pode variar entre saber realizar acompanhamentos simples, tocar melodias, tocar arranjos mais complexos, saber arranjar e escrever para grupos ou ukulele solo, transcrever, compor, improvisar, etc.

Reflita, compreenda e defina que habilidades você quer desenvolver para traçar caminhos coerentes com seus objetivos.


3 – Pense sobre como o ukulele pode ser aproveitado para ensinar música, em geral

Não apenas a particularidade de aprender como tocar o instrumento, mas principalmente como o ukulele pode ajudar seus alunos a desenvolver habilidades com melodia, ritmo e harmonia. Esses três elementos podem ser bem explorados com o ukulele.

Para tocar melodias, uma extensão confortável é de uma 13ª maior, podendo ser estendida para mais de duas oitavas, dependendo do modelo que você usa. Repare que essa extensão é bem parecida com a da flauta doce, o que pode facilitar transcrições de repertório melódico da flauta para o ukulele.

Na harmonia, essa extensão pode ser aproveitada com a execução de 4 cordas simultaneamente, ou seja, a famosa condução a quatro vozes, tão consagrada na música ocidental. Basta saber usar e não ficar apenas dependendo de 4 acordes todo o tempo, mas aprender a visualizar e aproveitar o braço do instrumento.

No ritmo, uma gama variada de levadas, batidas, rasgueados, arpejos harmônicos e, até mesmo, sons percussivos no tampo.


4 – Considere os contextos em que você deseja trabalhar com o ukulele

Educação infantil, educação básica, aulas individuais presenciais ou por videoconferências, aulas para pequenos grupos em escolas de música, conservatórios, ONGs, Igrejas, acompanhamento de coro ou grupo instrumental, musicoterapia, etc.

Reflita sobre as especificidades inerentes às crianças, adolescentes, adultos, idosos, alunos em via de profissionalização e pessoas sem pretensão de uso profissional do instrumento.


5 – Acumule repertório e referências

Não me refiro somente à canções e peças instrumentais, mas também livros, CDs (ou qualquer formato de biblioteca de áudios), revistas, artigos científicos ou de blogs, anotações sobre vídeos instrutivos e participação em eventos artísticos/educativos onde o ukulele se faz presente.

Você pode buscar conhecimento e inspiração em bons materiais, além de usá-los diretamente em sala de aula. O contato dos alunos com livros sobre o assunto pode trazer riqueza e respaldo às experiências práticas.


6 – Organize planejamentos e materiais escritos específicos para o uso do ukulele

Partituras, cifras, tablaturas, dicionários de acordes, letras de músicas cifradas com diagramas específicos para o instrumento, etc.

Possuir alguns materiais como esses e saber como e quando usá-los trará mais organização e resultados.


7 – Caso você trabalhe com grupos, aproveite bem a mobilidade que o ukulele te dá

O ukulele facilita seu deslocamento pelo espaço da sala de aula, permite movimentações dinâmicas quando se está de pé ou sentado e possibilita interações com os movimentos dos alunos.

Uma dica interessante é utilizar a correia para poder interagir mais facilmente com os alunos, propor e corrigir movimentos e executar comandos de regência em momentos oportunos.


8 – Tenha sempre equipamentos e acessórios à sua disposição durante as aulas

Podem ser úteis: enroladores de cordas, pequenos alicates ou cortadores, afinadores de clipe por vibração, cabos para amplificação, capotrastes, etc.

Enfim, crie um kit em que você possa confiar em caso de necessidades.


9 – Construa rituais de rotina para facilitar o uso dos ukuleles em suas aulas

Pode parecer irrelevante, mas ter uma rotina é muito importante para o bom andamento do trabalho. Por exemplo:

  • Afinação: planeje, experimente e organize a afinação dos ukuleles em sala de aula. Você pode usar afinadores eletrônicos ou algum instrumento temperado para auxiliar o processo de afinação.
  • Organização: os alunos podem ser distribuídos pelo espaço pensando na boa circulação do professor pela sala e no bom aproveitamento da acústica do espaço. Estabeleça locais adequados para armazenamento dos instrumentos e acessórios.

Analise cada situação para definir como escolher os melhores procedimentos do ponto de vista da logística e organização, mas também com um olhar pedagógico.


10 – Conheça e estude uma ou mais metodologias de ensino do ukulele

Eu, por exemplo, conheço livros, conceitos e práticas da escola canadense de ensino de ukuleles no ensino básico, assim como a escola sul-coreana. A partir dessas e de outras experiências eu desenvolvo parte de uma metodologia brasileira de ensino do ukulele através de publicações acadêmicas, cursos, palestras e do meu dia a dia como professor de música.

O diálogo com outros professores pode te revelar “rodas” que já foram inventadas há muito tempo.


11 – Insira elementos da história do ukulele em suas aulas

É importante conhecer as origens, eclosões do instrumento pelo mundo em diferentes épocas, surgimento de novos modelos, artistas que usaram ukulele no passado e outros que usam no presente, eventos, festivais, etc.

São informações importantes que podem envolver ainda mais os alunos no processo de aprendizagem com o ukulele.


12 – Seja criativo

O ukulele é um instrumento recente no Brasil. Por isso, eu não sei o que seria do meu trabalho se eu não me dedicasse a pesquisar e propor ações, soluções, criar arranjos, compor, adaptar, recriar…

Não se furte em experimentar e descobrir novos sons com o ukulele, especialmente quando for explorar a nossa rica música brasileira.


E então? Gostou dos meus conselhos?

Espero que eles sejam úteis pra você e possam enriquecer o seu trabalho em sala de aula.

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Aloha!